Os preços do petróleo estão a subir na segunda-feira na sequência de uma reunião da Opec+ que manteve a sua estratégia actual, enquanto que o embargo europeu e o limite de preços do petróleo bruto russo pelo G7, a UE e a Austrália entraram em vigor.
Às 10:30 GMT (11:30 em Paris), o crude do Mar do Norte de Brent para entrega em Fevereiro subiu 1,78% a $87,09.
O seu equivalente americano, US West Texas Intermediate (WTI) para entrega em Janeiro, subiu 1,83% para $81,44.
Numa breve videoconferência realizada no domingo, os representantes dos treze membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opec) liderada por Riade, e os seus dez aliados liderados por Moscovo, concordaram em manter o rumo com a decisão de Outubro de cortar dois milhões de barris por dia até ao final de 2023.
“Embora houvesse receios de que a OPEP surpreendesse os mercados, o grupo “manteve o rumo, talvez para evitar a ira dos líderes ocidentais”, disse Stephen Innes of Spi, entrevistado pela AFP.
“Por vezes a melhor linha de acção é não fazer nada”, concorda Stephen Brennock da PVM Energy, dado o actual clima de incerteza no mercado petrolífero.
A decisão do grupo veio na véspera de uma nova ronda de sanções contra a Rússia na segunda-feira pela sua guerra na Ucrânia, concebida para afectar directamente as finanças do país.
O embargo da UE ao petróleo marítimo russo começou na segunda-feira, cortando dois terços das suas compras de petróleo bruto à Rússia.
O boicote europeu ao petróleo russo coincide também com a adopção pela UE, os países do G7 e a Austrália de um limite de preços para o petróleo russo.
Ao abrigo do mecanismo acordado, apenas o petróleo bruto vendido a ou abaixo de 60 dólares por barril continuará a ser entregue, e para além disso, as empresas sediadas na UE, G7 e Austrália serão proibidas de prestar os serviços que permitem a expedição, tais como seguros.
O Kremlin garantiu na segunda-feira que o limite não teria impacto na ofensiva de Moscovo na Ucrânia, alertando contra uma “desestabilização” do mercado global da energia.
A Rússia também advertiu repetidamente que deixará de fornecer petróleo aos países que adoptarem esta medida.
Este novo conjunto de sanções deverá resultar numa “queda na produção petrolífera do país de cerca de um milhão de barris por dia”, diz Stephen Brennock.
Opec+ disse num comunicado de imprensa no domingo que estava pronto para se encontrar “a qualquer momento” de agora até lá para tomar “medidas adicionais imediatas”, se necessário.
“Por outras palavras, irá recalibrar os níveis de produção à medida que a situação do abastecimento russo se tornar mais clara nas próximas semanas”, continuou Brennock, com o impacto concreto das medidas tomadas contra Moscovo ainda pouco claro.